TDT - Emissão em Frequências Alternativas
29-05-2012 23:28
Segundo vários relatos, estão no ar, em vários pontos do país, emissões TDT em novas frequências. As alegadas novas emissões do Mux A utilizam os canais 42 e 49 da banda UHF. A confirmar-se esta informação, poderá tratar-se de uma solução para ultrapassar algumas limitações da rede SFN (já abordadas pelo blogue TDT em Portugal) adoptada para a cobertura de Portugal Continental e Madeira ou, para reduzir o potencial de interferência com a rede 4G/LTE, que utiliza frequências próximas do canal 56 utilizado pelo Mux A, dentro da faixa UHF de televisão.
A confirmar-se a informação, a rede poderá em breve deixar de ser exclusivamente SFN e passar a MFN ou (mais provável) mista. A utilização de mais de uma frequência de emissão permite utilizar maiores potências de emissão e diagramas de irradiação menos restritos em locais com cotas mais elevadas, como acontece com algumas serras do país, onde até ao fim das emissões analógicas se utilizavam emissores potentes. No entanto, poderemos estar apenas perante a preparação de uma nova alteração da frequência TDT a nível nacional. Essa alteração era aliás previsível a médio prazo pois, como o blogue TDT em Portugal divulgou, a ITU aprovou recentemente a atribuição de uma faixa adicional de frequências UHF, o que implica a alteração de todas as frequências TDT acima do canal 49 até 2015. Recordo que aquando da consulta sobre a alteração da frequência TDT, a PT favoreceu a adopção do canal 36 ou canal 40 em detrimento do canal 56, mas a ANACOM decidiu pelo canal 56.
A confirmar-se a alteração na rede de emissão de SFN para MFN ou mista, estará a fazer-se o mesmo que outros países fizeram, mas logo de início! Por exemplo, a vizinha Espanha, utiliza sobretudo redes SFN nos muxes com cobertura nacional, mas utiliza também frequências alternativas nas emissões com desconexão regional e em vários locais. Como já comentei em post anterior, vários países com muitos mais canais analógicos (espectro mais saturado), conseguiram colocar no ar vários muxes SFN e MFN em coexistência com vários canais analógicos.
Caso se confirme a alteração na rede TDT, os telespectadores afectados terão de resintonizar os seus televisores ou receptores TDT e eventualmente reorientar a antena de recepção. Importa referir que ainda não há qualquer informação sobre o assunto por da parte da PT ou da ANACOM.
Em vários pontos do país o Mux A está a ser recebido em duas ou mais frequências para além da emissão oficial no canal 56. Na primeira imagem pode ver-se em simultâneo o sinal de duas frequências TDT activas. Nas outras imagens pode ver-se a sintonia individual do canal 46 (674000 Khz) e do canal 42 (642000 Khz). A emissão nos canais 46 e 42 são uma cópia exacta do canal 56.
Tudo indica que a PT está a fazer ensaios para alterar a frequência de emissão em pelo menos alguns emissores a fim de melhorar a recepção em algumas zonas do país.
De acordo com informação da ANACOM há pouco divulgada, a activação de novas frequências destina-se a minorar os problemas de recepção detectados em alguns locais do país e é temporária. Os emissores ficarão activados durante 6 meses, enquanto a PT procede à "optimização" da rede SFN, durante a altura do ano mais afectada por fenómenos de propagação e abrange a faixa do Litoral, a mais susceptível a dificuldades de recepção por auto-interferência, como justamente referi no post de Dezembro. Esta aliás foi a solução adoptada por Espanha para minorar o mesmo tipo de problema na costa sul do país, mas em Espanha os emissores "alternativos" têm permanecido "no ar" durante todo o ano. Extracto da resolução da ANACOM:
«...» o ICP-ANACOM deliberou, a 18 de Maio de 2012, o seguinte:
1. Atribuir à PTC uma licença temporária de rede, pelo prazo de 180 dias, constituída por 3 estações, a qual deve estar implementada até ao próximo dia 25 de maio, nos seguintes termos:
2. Determinar que a máxima potência aparente radiada (PAR) de cada estação, referida no número anterior, deve ser de 10 kW.
3. Determinar à PTC a apresentação ao ICP-ANACOM, no prazo de 15 dias, os seguintes elementos relativos a cada estação:
4. Determinar à PTC a otimização das características técnicas da rede suportada no canal 56, tendo em vista uma diminuição efetiva das zonas de auto interferência, com carácter prioritário nas zonas não abrangidas pela cobertura da rede cujo licenciamento temporário é atribuído na presente decisão.
5. Determinar à PTC, para efeitos do número anterior, o envio mensal ao ICP-ANACOM de um relatório com indicação das alterações das características técnicas efetuadas na rede, tendo em vista a diminuição das potenciais zonas de auto interferência, indicando igualmente as zonas onde é garantido um incremento da relação Sinal/Ruído (S/N) face à situação anterior.
6. Determinar à PTC a concretização, o mais tardar até à data da efetiva implementação pela PTC da rede referida no n.º 1, dos procedimentos adequados a eliminar os custos em que os utilizadores incorram para fazer a adaptação à rede agora licenciada, os quais devem ser comunicados ao ICP-ANACOM.
7. Determinar à PTC a concretização, o mais tardar até à data da efetiva implementação pela PTC da rede referida no n.º 1, de um plano de comunicação aos utilizadores de TDT afetados, adequado a divulgar a informação necessária decorrente da entrada em funcionamento da rede agora licenciada, o qual deve ser comunicado ao ICP-ANACOM.
Ou seja, a ANACOM, acaba por reconhecer (tarde) as deficiências da rede TDT e deu um "puxão de orelhas" à PT! Esta situação é lamentável, pois é (em parte) o resultado da migração apressada e mal conduzida, como tenho referido em diversas ocasiões no blogue TDT em Portugal. Por exemplo, recordo os alertas que lancei na sequência dos desligamentos piloto de Alenquer e Cacém.
O comunicado da ANACOM pode ser lido aqui.
Recordo alguns alertas que fiz já têm algum tempo a propósito deste assunto:
28/05/2012:
Ao contrário da informação da ANACOM, tudo indica que o canal 46 não está a ser emitido apenas a partir da Lousã. Estou a receber do norte sinal com boa intensidade, embora mais baixo que o canal 56. Possivelmente a partir do emissor de Lourosa ou Vale de Cambra.
ATÉ AO MOMENTO NENHUMA INFORMAÇÃO À POPULAÇÃO SOBRE A EMISSÃO DA TDT EM FREQUÊNCIAS ALTERNATIVAS POR PARTE DA PT, ANACOM OU CANAIS DE TV.
Nota: este post está em actualização.
CONFIRMADO: MUX A ESTÁ A SER EMITIDO EM VÁRIAS FREQUÊNCIAS
Em vários pontos do país o Mux A está a ser recebido em duas ou mais frequências para além da emissão oficial no canal 56. Na primeira imagem pode ver-se em simultâneo o sinal de duas frequências TDT activas. Nas outras imagens pode ver-se a sintonia individual do canal 46 (674000 Khz) e do canal 42 (642000 Khz). A emissão nos canais 46 e 42 são uma cópia exacta do canal 56.
Tudo indica que a PT está a fazer ensaios para alterar a frequência de emissão em pelo menos alguns emissores a fim de melhorar a recepção em algumas zonas do país.
(act.) ALTERAÇÃO É TEMPORÁRIA!
De acordo com informação da ANACOM há pouco divulgada, a activação de novas frequências destina-se a minorar os problemas de recepção detectados em alguns locais do país e é temporária. Os emissores ficarão activados durante 6 meses, enquanto a PT procede à "optimização" da rede SFN, durante a altura do ano mais afectada por fenómenos de propagação e abrange a faixa do Litoral, a mais susceptível a dificuldades de recepção por auto-interferência, como justamente referi no post de Dezembro. Esta aliás foi a solução adoptada por Espanha para minorar o mesmo tipo de problema na costa sul do país, mas em Espanha os emissores "alternativos" têm permanecido "no ar" durante todo o ano. Extracto da resolução da ANACOM:
«...» o ICP-ANACOM deliberou, a 18 de Maio de 2012, o seguinte:
1. Atribuir à PTC uma licença temporária de rede, pelo prazo de 180 dias, constituída por 3 estações, a qual deve estar implementada até ao próximo dia 25 de maio, nos seguintes termos:
a) Emissor de Monte da Virgem: canal 42 (638-646 MHz);
b) Emissor da Lousã: canal 46 (670-678 MHz);
c) Emissor de Montejunto: canal 49 (694-702 MHz).
2. Determinar que a máxima potência aparente radiada (PAR) de cada estação, referida no número anterior, deve ser de 10 kW.
3. Determinar à PTC a apresentação ao ICP-ANACOM, no prazo de 15 dias, os seguintes elementos relativos a cada estação:
a) Coordenadas geográficas (WGS84);
b) Altura da antena;
c) Diagrama de radiação da antena;
d) Indicação da PAR a utilizar.
4. Determinar à PTC a otimização das características técnicas da rede suportada no canal 56, tendo em vista uma diminuição efetiva das zonas de auto interferência, com carácter prioritário nas zonas não abrangidas pela cobertura da rede cujo licenciamento temporário é atribuído na presente decisão.
5. Determinar à PTC, para efeitos do número anterior, o envio mensal ao ICP-ANACOM de um relatório com indicação das alterações das características técnicas efetuadas na rede, tendo em vista a diminuição das potenciais zonas de auto interferência, indicando igualmente as zonas onde é garantido um incremento da relação Sinal/Ruído (S/N) face à situação anterior.
6. Determinar à PTC a concretização, o mais tardar até à data da efetiva implementação pela PTC da rede referida no n.º 1, dos procedimentos adequados a eliminar os custos em que os utilizadores incorram para fazer a adaptação à rede agora licenciada, os quais devem ser comunicados ao ICP-ANACOM.
7. Determinar à PTC a concretização, o mais tardar até à data da efetiva implementação pela PTC da rede referida no n.º 1, de um plano de comunicação aos utilizadores de TDT afetados, adequado a divulgar a informação necessária decorrente da entrada em funcionamento da rede agora licenciada, o qual deve ser comunicado ao ICP-ANACOM.
Ou seja, a ANACOM, acaba por reconhecer (tarde) as deficiências da rede TDT e deu um "puxão de orelhas" à PT! Esta situação é lamentável, pois é (em parte) o resultado da migração apressada e mal conduzida, como tenho referido em diversas ocasiões no blogue TDT em Portugal. Por exemplo, recordo os alertas que lancei na sequência dos desligamentos piloto de Alenquer e Cacém.
O comunicado da ANACOM pode ser lido aqui.
Recordo alguns alertas que fiz já têm algum tempo a propósito deste assunto:
«...as falhas de sinal podem ter várias causas, tanto no lado da recepção como no lado da emissão. A rede que vem sendo implementada tem-me suscitado algumas reservas, nomeadamente relativamente à localização escolhida e potência de alguns dos emissores, especialmente na faixa do Litoral entre a Figueira da Foz e o Porto, dado que é uma zona onde com alguma frequência (sobretudo no Verão) as condições de propagação podem mais que duplicar o alcance dos emissores, criando naturalmente interferências destrutivas que podem impossibilitar a recepção correcta do sinal.»
in Falhas na recepção da TDT têm origens múltiplas - blogue TDT em Portugal, 11 de Dezembro de 2011
«Essa situação é possível que ocorra em determinados locais do país. Eu próprio pude verificar o problema este verão, que até foi bem fraquinho em termos de propagação troposférica. Esse problema era previsível e é quase impossível de eliminar totalmente mas, infelizmente algumas das opções tomadas quanto à rede de emissores não foi a mais acertada. Embora já tenha deixado alguns alertas em posts e comentários anteriores, optei aguardar pelo término da implantação da cobertura TDT para fazer novas considerações.»
in TDT: Apagão deixa Aveiro e Coimbra sem sinal digital - blogue TDT em Portugal, 2 de Dezembro de 2010 28/05/2012:
Ao contrário da informação da ANACOM, tudo indica que o canal 46 não está a ser emitido apenas a partir da Lousã. Estou a receber do norte sinal com boa intensidade, embora mais baixo que o canal 56. Possivelmente a partir do emissor de Lourosa ou Vale de Cambra.
ATÉ AO MOMENTO NENHUMA INFORMAÇÃO À POPULAÇÃO SOBRE A EMISSÃO DA TDT EM FREQUÊNCIAS ALTERNATIVAS POR PARTE DA PT, ANACOM OU CANAIS DE TV.
Nota: este post está em actualização.